domingo, 12 de junho de 2011

O primeiro Portfolio a gente nunca esquece...


Portfolio I - Apresentação I - 18 de maio 2011

Fragmentos de mim (incluindo o capítulo “Eu agora”)

Na especialização que fiz em Sociologia Urbana, dei a minha monografia o subtítulo de Uma reportagem. Na época, interpretei isso como sendo uma demonstração de insegurança, e ouvi da banca, durante a defesa, que eu deveria mesmo suprimir aquela rubrica, posto que se tratava de um texto acadêmico em sentido estrito, prescindindo da minha mea culpa.

Alguns anos depois, no mestrado, classifiquei minha dissertação como Notas sobre a construção de um currículo intercultural, como que, uma vez mais, situando meu trabalho no campo do efêmero, do quase noticioso, jornalístico.

Hoje, investindo no doutorado, tendo a achar que essa provisoriedade inerente à forma como me relaciono com o conhecimento fala de quem eu sou e fui-me constituindo até agora. Uma curiosa por muitas coisas, uma errante que se deixa encaminhar para onde os ventos do desejo levam.

Não me vejo, nem em mil anos, especialista em algum tema ou mesmo numa área específica. Não tenho em mim essa capacidade. Talvez por isso, nunca tenha pensado seriamente em ser professora. Professor é alguém que se torna mestre em alguma cátedra, que passa a ser a “sua cadeira”. E eu mal consigo ficar sentada nessas cadeiras de sala de aula por três horas seguidas. Quiçá anos, ou até uma vida...

Este doutorado representa para mim mais uma carteira de escola, que quero vivenciar – e estou vivenciando – com prazer o ocupar. Porque – e às vezes acho que sou pré-moderna, por isso não vivo essa dicotomia entre razão e sensibilidade – não sei dividir: existe o doutorado e existe a vida. “Ah, a vida que me desculpe, mas os próximos quatro anos estão reservados para a tese”. Pra mim, é tudo uma coisa só, que envolve – necessariamente, inexoravelmente, sempre – o desejo de estar ali (ou, no caso, AQUI). Então, espero, sinceramente, que o doutorado seja generoso comigo. Porque, da minha parte, posso dizer que estou compartilhando com ele tudo o que tenho, tudo o que sou. Como cantava Ney Matogrosso: “Sem tirar nem pôr”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário